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Capital moçambicana vive permanente tensão

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

/ by Admin
O cenário em Maputo é de devastação, com estradas desertas tomadas pelo exército e pela polícia. Mas a revolta moçambicana mantêm-se apesar dos esforços das autoridades para anular os focos de insurreição.

Este é o segundo dia de uma contestação que começou com protestos pelo aumento de bens essenciais. Hoje novas barricadas foram erguidas logo pela manhã e o número de militares mobilizados para o terreno aumentou de forma considerável.

Sete mortos e 288 feridos é o novo balanço dos confrontos em Maputo entre populares e polícia. Ao fim da manhã, o maior hospital de Maputo já tinha assistido 135 feridos. Os manifestantes consideram a resposta do Governo demasiado violenta.

O Governo fez um balanço da situação dando conta de actos de vandalismo e pilhagens um pouco por toda a cidade. Em 48 horas de revolta, a capital de Moçambique transformou-se numa cidade assustadora.


Preocupações centradas em Maputo

No entanto, os confrontos e as pilhagens atingiram apenas Maputo e a vizinha cidade da Matola, sendo que no resto do país a situação é considerada calma. A polícia da Beira, segunda maior cidade moçambicana, apenas foi chamada a intervir em pequenos focos de manifestações na noite de quarta-feira.

"Registámos pequenos focos de manifestação. Algumas crianças incendiaram pneus na rua, no bairro de Chamba, e algumas pessoas perturbaram a ordem no bairro do Goto. Mas a polícia esteve em prontidão e evitou o pior. As lojas e algumas instituições fecharam às duas da tarde, por recear vandalismo", explicou Mateus Mazibe, porta-voz da polícia, em declarações à Agência Lusa.

As forças de segurança das províncias de Tete, Sofala, Manica e Zambézia, Nampula, Niassa e Cabo-Delgado, confirmaram que esse ambiente pacífico se regista também nestas regiões, o que não impede que a polícia se mantenha atenta "a anomalias".

As Forças Armadas e a polícia desceam às ruas em Maputo para desfazer barricadas montadas nas vias de acesso à capital.

Governo mantém subida de preços

O Executivo esteve reunido de emergência, tendo anunciado ainda durante a manhã que foi decidido manter o aumento dos preços da electricidade e da água (o que origina um aumento generalizado do custo de vida), situação que originou os protestos populares, convocados por sms e boca-a-boca.

O Governo moçambicano mantém, desta forma, o braço-de-ferro com os populares que participam nos tumultos dos últimos dois dias. O Governo moçambicano prefere, contudo, sublinhar que mantém "a determinação em prosseguir com o programa para o combate à pobreza" e considera "reversíveis" os preços de bens essenciais, apesar da decisão de os agravar.

Em declarações após uma reunião de emergência do conselho de ministros, o porta-voz do Executivo, Alberto Nkutumula, apontava que o número oficial de vítimas nos confrontos entre populares e polícia se cifrava em sete mortos e 288 feridos.

Na terça-feira, o Presidente Armando Guebuza justificava o aumento de preços dos bens essenciais com "uma situação agravada por factores externos, que incluem a crise financeira, de alimentos e a subida dos preços dos combustíveis" no mercado internacional.

Hoje, Alberto Nkutumula apontava que "o trabalho árduo é que vai tirar-nos todos desta situação. É preciso reparar que nós todos somos moçambicanos e a solução para os problemas dos moçambicanos passa pelo trabalho de todos nós. Estamos num barco em que não há passageiros e comandantes".

Portugueses passam ao lado dos confrontos

A comunidade portuguesa em Maputo não foi atingida pelos confrontos, mas os empresários que se tinham deslocado para a Feira Internacional de Moçambique já perceberam que a viagem foi em vão. Ontem, a Feira esteve encerrada e só reabriu esta tarde.

O ministro da Presidência já anunciou que é com preocupação que o Governo português acompanha a situação, assegurando contudo que a comunidade portuguesa "não foi particularmente atingida".

"O Governo português acompanha com preocupação os acontecimentos em Maputo e acompanha com especial atenção a situação da comunidade portuguesa", afirmou Pedro Silva Pereira durante a conferência de imprensa que se seguiu à reunião semanal do Conselho de Ministros.

De acordo com o ministro da Presidência, a comunidade portuguesa "não foi particularmente atingida" pelos conflitos e "não há portugueses entre as vítimas mortais ou os feridos que entretanto se verificaram. É a última informação de que dispomos".

"O que o Governo português naturalmente espera é que o mais rapidamente possível se possa restabelecer a normalidade naquele território e confia que as autoridades moçambicanas sejam capazes de repor essa normalidade, que é tão importante para a salvaguarda dos direitos das pessoas, mas também para o desenvolvimento de Moçambique", acrescentou o governante português. /tv1

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