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Igreja Evangélica nos EUA usa MMA para atraír novos membros

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

/ by Admin
Em Rochester, estado de Nova York, nos Estados Unidos, uma igreja encontrou uma maneira surpreendente de conquistar novos seguidores. Por lá, não há nenhuma contradição entre amar o próximo e bater no próximo.

Quase na fronteira com o Canadá, Rochester é uma cidade de contrastes. Apesar de ter uma das melhores qualidades de vida dos Estados Unidos, morar nela é barato para os padrões locais.
De longe, uma igreja do subúrbio parece outra qualquer: música gospel, sermão, batismos. Mas quatro vezes por semana, a fé dá lugar à pancadaria.

No ginásio ao lado da igreja, um dos esportes oferecidos de graça para os fiéis é o MMA. Frases da Bíblia dividem as paredes com pôsteres dos ídolos.
Com um terço e a palavra fé tatuada no braço, Brandon Smith é um dos alunos. No culto, ele nem parece o Brandon que tenta dominar o adversário no chão. “Me sinto em casa aqui. Para mim, o MMA é como qualquer esporte. Com uma vantagem: do começo do ano para cá, perdi 27 quilos lutando”, conta.

São seis fiéis de Rochester contra adversários de outros estados americanos e do Canadá. A primeira instrução? Não falar palavrões.

Na sala de aquecimento, faltando poucos minutos para a luta, os atletas da igreja ficam concentrados e fazem uma oração. E a luta começa, com direito à torcida e crianças na plateia.
Pode até não parecer, mas o lema da igreja é: ‘Ame a Deus, ame às pessoas’. A luta foi uma forma de se aproximar, de atrair os fiéis. E eles vieram: mais de 400 seguidores começaram pelo octógono.
Dan é um deles. Era viciado em drogas, vivia arrumando encrenca. Cinco anos atrás, passou a frequentar a igreja.

“Não teria vindo para cá se não fosse o MMA. Treinei um mês e meio antes de pisar no santuário. Eu não vejo problema em misturar luta e religião. Cristo foi o maior guerreiro que já existiu”, conta o lutador Dan Davis.

À frente da luta e da fé está um pastor nada convencional. Paul Burress é filho do fundador da igreja que se chama Vitória. É uma igreja autônoma que segue a fé cristã. Ele administra tudo de uma sala decorada de Homem-Aranha. “Gosto dele porque ele sabe equilibrar força e responsabilidade”, diz.
Mas o ídolo máximo é Jesus. Paul aprendeu a lutar com um primo que praticava jiu-jitsu brasileiro.

Ele trouxe o MMA para a igreja há oito anos para tirar pessoas problemáticas da rua.

Ao ser perguntado se não é estranho um esporte violento na casa de Deus, Paul responde: “Muita gente acha que é violento, mas eu fico mais assustado com futebol americano e rugby. Para mim, são apenas dois garotos testando suas habilidades em um esporte”.

Nessa hora, o pastor deixa as palavras da Bíblia de lado. Ele vai gritando os nomes dos golpes que o aluno deve aplicar para derrotar o adversário. “Dê um soco, bata com vontade”, ele diz.
No intervalo, palavras de incentivo. Lembro que Jesus dizia: ‘Ofereça a outra face’ e que não foi isso que vimos. “Jesus disse para darmos às pessoas mais do que elas pedem. Mas isso era em um outro contexto. Não é sobre esportes”, diz.

Mas o risco de se ferir existe. Anthony não sabia que ia protagonizar o momento mais dramático da noite. “O MMA é a minha vida, os meus sonhos”.

E lá vai ele. Vence a luta, mas sai machucado depois de levar golpes na cabeça.

Agora um momento de tensão. Anthony está passando mal. O pessoal tenta ajudar, reanimá-lo. O irmão chegou para ajudar também. Ele está fazendo alguns testes físicos para saber se ele está realmente bem.

Anthony vai embora de maca, deixando o público assustado e dividido. Um homem diz que não vê
problema na luta: “Religião e guerra andam juntas”.

Outro discorda: “O MMA é muito bruto. E religião significa paz. Não deveria brutalizar ninguém”.

A polêmica virou filme. “Igreja da luta”, dirigido por um dos vencedores do Oscar de Documentário de Curta-Metragem, foi lançado este ano nos Estados Unidos.

A pancadaria do ringue contrasta com o trabalho social da igreja, que tem uma escola para crianças carentes e ajuda desamparados nas Filipinas e no Haiti.

Para o pastor Paul, não há contradição: “Se alguém acha que sou um pecador por causa da luta, tudo bem. Todos nós somos pecadores de alguma forma. Aqui é um lindo lugar para encontrar Deus”.

informações G1

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